Poderiam ser Caim e Abel.
Mas não o eram, apesar de igualmente nascidos no paraíso.
E tal como as míticas figuras dos tempos da Criação… também um deles pôs fim à vida do irmão, talvez cego de ciúme, vaidade, luxúria, ninguém o saberá jamais.
Irmãos gémeos, reluzentes, belos.
Malmequer… e Bem-me-quer.
A história preferiu esquecer o sórdido destino de Bem-me-quer. Nunca será contado nos bancos de escola que Malmequer, num belo dia de primavera, arrancou as pétalas - uma a uma - ao irmão e o deixou indefeso ao sol, para secar até morrer. Quando muito, restará o nome – Malmequer – invocando um sentir maléfico de que ninguém mais recordará a origem.
Mas a história, na sua imprevisível roleta, ditou que fosse o irmão sobrevivente a expiar por toda a eternidade a morte do desditoso Bem-me-quer.
E é assim que todos os dias, desde um passado longínquo… alguém colhe um malmequer e mesmo sem saber… evoca o nome do irmão morto, vítima do ciúme daquele que agora, sem saber, morre da mesma forma, vendo ser-lhe arrancadas com dor – uma a uma – todas as pétalas… e depois abandonado para secar… e morrer.
Malmequer…Bem-me-quer…Malmequer…Bem-me-quer…Malmequer…
Lindo,Rolando!Smpre boas inspirações! Que teu domingo seja muito bom! abraços,chica
ResponderEliminarDepois de ler a tua história vou pensar duas vezes antes de fazer mal-me-quer, bem-me-quer...
ResponderEliminarBeijinhos
Fabulosa história em volta deste hábito enraizado de tirar as pétalas aos malmequeres!! Lindíssima a história. Parabéns. Gostei muito. Beijinho e bom fim-de-semana!
ResponderEliminaruma bela história, que faz repensarmos nossas atitudes com o próximo.
ResponderEliminarbjs.Sol
Um prazer esta leitura... Estamos sempre a aprender, não há dúvida.
ResponderEliminarL.B.
São as contradições da vida!
ResponderEliminarBem visto, amigo!
Interessante a abordagem à flor mal-me-quer, ao seguirmos a tradição de o desfolhar para nosso gáudio nem nos apercebemos que o estamos a condenar, assim que arrancamos a 1ª pétala o destino do pobre mal-me-quer está traçado.
ResponderEliminarQue surpresa saber que são 2 irmãos gémeos escondidos na flor, tens um jeitaço para a originalidade eheheheh :))
Abraço Amigo ^_^
Amigo....,
ResponderEliminarGostei da história, mas fujo á regra do malmequer, bem-me-quer....adore flores...
:-) BJS e Bom domingo
Não me lembro de alguma vez ter ido à procura do amor nas pétalas de um malmequer.... agora sei porquê :-)
ResponderEliminarBoa semana
Jorge
Tantas vezes acabei com a vida do malmequer, mal eu sabia que o bem-me-quer morria comigo também, quando em vão procurava a resposta que eu sabia de antemão.
ResponderEliminarTestamos com flores os amores que sendo verdadeiros, não necessitam de provas.
Beijos
Manu
Oi Rolando
ResponderEliminarBonita percepção da flor que povoou nossos sonhos quando ainda bem jovens - achávamos perfeitos desfolhar a margarida, anciosos pelo bem querer do amado.E o mal-me-quer era a morte mesmo rs jogávamos fora ali pelo chão já desinteressados pela sua sorte.
Juro que ainda gostaria de ao pegar uma margaridinha dessa cantá-la baixinho rs
Diria :apenas uma flor Rolando e suas sementes levadas ao vento hão de brotar ...
Gosto muito quando me leva a outros recantos escondidos da minha alma e posso brincar um pouco.
abraços abraços te gosto poeta!
Há tanto de nossas vidas nas pétalas que vez por outra arrancamos de algum jardim!
ResponderEliminarPenso que a expiação é um eterno ajuste de contas. Aqui se faz. Aqui se paga.
Gosto muito da tua escrita. Ela vai sempre muito mais além do que as palavras podem alcançar.
Beijo, Rolando!
Inês
Puxa Rolando, nunca tinha visto as coisas assim, mas tem lógica, faz todo o sentido, esse Malmequer fez uma maldade e pagou por ela, tendo que ouvir o nome do irmão Bem-me-quer sempre que alguém o desfolhava, castigo duro esse, ter que lembrar a toda a hora o mal que fizera e ainda sentir na pele a dor da desfolhagem. Nem um malmequer ciumento e vaidoso merece!!
ResponderEliminarMuito..pouco ...ou nada...Bolas!!...vou ter que aprender a nadar mesmo...LOLL...
Beijokas